Pacto de vida
Promessas feitas, mas nunca esquecidas… A importância de enfrentar um acordo feito no passado para encontrar equilíbrio no presente. Um conto sobre autoconhecimento, fé e libertação. Leia e reflita!
Giselle Nunes
7/14/20251 min read


Ao longo da vida fazemos promessas, pactos, estipulamos metas e objetivos. Podemos esquecê-los, desacordá-los, inanimá-los. Mas o inconsciente guarda. Empresário das exatas, ríspido, exigente, calculista, na faixa dos quarenta viu desordem e descontrole se apossar da sua vida. Verdadeiro barco desgovernado. Teve um branco na reunião de trabalho e alegou mal-estar para fugir do compromisso. No shopping a respiração travou. Sufocamento. Hospital. Examina coração, pulmões, cérebro, sangue. Rigorosa averiguação, nada. Sentença:
– É emocional. – afirmou o médico.
O homem saltou da cadeira.
– Absurdo! Impossível! Jamais tive problemas por questões sentimentais. Isso é ridículo.
O médico ergueu o olhar e suspirou.
– Muito me preocupa seu menosprezo e negacionismo ao que sente. Pode estar com algum transtorno ou fobia.
– Balela. – e saiu do consultório cuspindo marimbondos.
Psicofobia.
Semanas depois, em viagem a passeio, desmaiou. Pressionado pela família e muito contrariado, buscou psicoterapia. Meses de autoconhecimento se passaram. Relembrou.
Quando bem jovem contraiu pneumonia severa. Internado, rezou e pediu a Deus que ao menos o deixasse conhecer a Grécia. Depois disso, poderia levá-lo quando quisesse. Sabia que seria muito difícil realizar este sonho, já que requeria boa soma em dinheiro. Décadas se passaram. Pacto de vida esquecido. Mas, todas as vezes em viagem ao exterior, passava mal. Passeios de carro, mesmo longos, nada acontecia.
Após tempos de psicoterapia, desanuvio. Tinha medo de viajar à Grécia e depois morrer. Precisou despactuar consigo mesmo o acordo feito.